sábado, 31 de março de 2012

O Major Rodrigo

Rodrigo de Vasconcellos Bittencourt era patriarca de uma grande família. Pai de Faustino, avô de Osório Rizério de Vasconcelos. Seus pais foram, o Tenente Coronel José de Vasconcellos Bittencourt e Rodriga de Castro Vasconcellos, cujo sobrenome de solteira era Castro Meira.

O Major Rodrigo casou-se com Umbelina de Vasconcellos Magalhães e tiveram muitos filhos e filhas. Rodrigo nasceu nas Minas de Rio de Contas provavelmente em torno do ano de 1840. Sobre sua esposa ainda não se tem registros familiares mais amplos. Dos filhos do Major, Faustino deixou vasta prole do seu casamento com Camila Risério de Moura, assim como do seu convívio com Sérgia e do casamento com Francisca Vasconcelos.

Entre os descendentes de Faustino, pouco se conhecia sobre suas irmãs. Isto por que Rodrigo se transferiu com toda a família, provavelmente no fim do século XIX, para Tambaú, no interior de São Paulo, à época distrito do município de Casa Branca. Apenas Faustino ficou na Bahia.

As filhas de Rodrigo e Umbelina: Virgínia, Eugenia, Camilla e Umbelina (mesmo nome da mãe) nasceram também em Minas de Rio de Contas. Casaram-se em São Paulo. Virgínia Vasconcellos Bittencourt(1867-1900) casada com César Cândido Spinola (1866-1936) ainda em Rio de Contas, teve cinco filhos: Octacílio (1888-1910), Osvaldo, Ormesinda (1891-1968), Almerinda (1893-1972) e Maria (1901- ?    ). Eugenia casou-se em 1905, aos 21 anos, constando ser lavradora de profissão, com Manoel Balbino Nogueira de Carvalho, ele com 22 anos, também lavrador, nascido em Casa Branca. São filhos do casal: José (1906), Umbelina – neta (1908) e Isaura (1912).

Camilla, costureira de profissão, casou-se em 1908, aos 18 anos, com José Garcia de Figueiredo, este natural de Casa Branca. No ano seguinte, também em Casa Branca, em maio de 1909, casa-se Umbelina com Antônio Nogueira da Silveira, e desta união registra-se o nascimento de um único filho: Octacílio, em 1912.

Também em 1909, agosto, o Major Rodrigo compareceu ao Cartório de Registro Civil para informar o nascimento da sua neta Isolina, filha de Camilla e José Garcia. De cuja comunhão nasceram, ainda, Carino(1911), Nicanor(1913) e Antenor(1914).

Destacamos dois registros históricos acerca do Major Rodrigo. Nos estudos sobre o "comércio de cativos" (escravos) na região de Caetité – Ba, de autoria do professor Erivaldo Fagundes Neves (UEFS), a partir de levantamentos no Arquivo Público do Estado da Bahia, são encontradas procurações datadas do período de 1840 a 1879, que tratavam da autorização de venda de escravos. Entre aquelas procurações, uma fora firmada por Rodrigo de Vasconcellos Bittencourt, não se sabendo a extensão da sua atividade no tráfico, ou se a venda estava relacionada tão somente à obtenção de recursos para financiar a sua transferência para São Paulo.

Outro registro, desta feita, relacionada a sua atividade em São Paulo, é encontrado no Diário Oficial daquele Estado, publicado em 6 de março de 1914, dando conta da sua exoneração do posto de suplente de Delegado de Polícia da localidade de Tambahús, Casa Branca.

Segundo a tradição oral da família, Rodrigo recebeu uma única visita do filho, o que se compreende pela dificuldade do deslocamento entre as duas regiões. Faustino e o filho Osório, por volta de 1913, saíram a cavalo de Brumado inaugurando uma longa jornada até Casa Branca. Um episódio, que chamou atenção do neto, por causar certa estranheza, se deu após a chegada a São Paulo. Já na fazenda, Rodrigo ordena ao encarregado para que colocasse os arreios em algumas bestas e, assim montados, mostraria a propriedade ao filho e ao neto. O motivo da surpresa – que nos dias atuais não teria o mesmo significado, é que, quando foram apresentadas as montarias, tratava-se de duas éguas, o que no alto sertão da Bahia à época seria visto, no mínimo, como impróprias para dois cavaleiros.

NVJ 31/03/2012

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