Quando Osmar chegou de São Paulo, por volta de 1940, ele passou a trabalhar como agente recenseador, e Nilton era o ajudante dele. Às vezes trabalhavam juntos, noutras seguiam em separado. Tinha muita curiosidade por tanta novidade que iam ouvindo.
Nilton chegava em casa à noite, na Lagoa do Leite, e ia perguntar à mãe pra esclarecer as dúvidas. Tinha chegado numa casa e perguntou
- “quando o menino nasceu?” e a mulher respondia “quando o governo subiu”.
Só a mãe mesmo pra esclarecer que em 1928, o governador Góes Calmon passou prá Caetité por conta das festas de inauguração da nova Escola Normal. Subindo era seguindo em direção a Caetité, então o menino nasceu quando o governo passou, em 1928.
Outra mulher, quando ele perguntou quantos meninos tinha, me respondeu três e meio, explicando que era três no terreiro e um no estaleiro, quer dizer três já estavam ali em volta e um estava na barriga pra nascer. Era uma novidade, nunca tinha ouvido falar desse jeito.
Noutra casa perguntou: quando foi que casou ? e veio a resposta “casei quando o maio entrou”. Não tinha maldade na resposta, mas Nilton custou a entender que ela casou no início de maio.
Na dúvida, D. Isaura estava em casa pra esclarecer os porquês.
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