Dona Alda

Dona Alda já gostava de uma "questão". Era do tipo que dava uma boiada pra entrar numa briga e um boi para dela não sair. Seu Urbino, o marido, já havia morrido por essa época. Jonas, conhecido como Juninha, seu genro, ao contrário da sogra, não queria saber de confusão. Era de paz. Os dois filhos homens, ainda pequenos, não serviam pra garantir as bravatas da mãe.

Foi aí que Dona Alda resolve arranjar o casamento de uma das filhas com um valentão, Misael. O sujeito era meio bruto mesmo, só andava montado numa mula, com uma espora enorme - a roseta chegava marcar o chão. Completava os apetrechos com uma taca e um revólver.

"Agora posso arrumar briga", disse a velha. "Tenho um genro homem", desfazendo do Juninha.
Mas ela não sabia onde estava se metendo, pois achou de arranjar confusão justo com o novo genro.

Poucos dias depois de casado, Misael resolve ir ao Corcunda, um lugarzinho próximo a Itaquaraí,  muito frequentado, onde se encontrava muita bebida e mulheres de vida dura. A velha não gostou, reclamou, mas o genro não quis nem saber, e foi pra farra. Foi então que ela disse pra filha: "ele vai, mas aqui não entra. Vai dormir na rua". Colocou tranca nas portas e janelas e foram pra cama, mas na expectativa da chegada do marido.

Não deu outra. Quando chegou, o Misael estranhou. "Ué! Tudo fechado?" Bateu na porta, e nada. Ninguém veio abrir. Esmurrou, gritou, e nada.

"Ah! É assim?" Disse, com pouca conversa. Meteu o pezão na porta, e não teve tranca que aguentasse. Mãe e filha do lado de dentro, já assustadas, receberam logo foi a taca no lombo. Assim, acabou logo o casamento, e restou a Dona Alda lamentar: "Juninha é que era um bom genro e um bom marido. Nunca levantou a mão pra mim. Aquilo que é homem".

Mais, eu não sei. Só sei que foi assim.

Nenhum comentário:

Postagem em destaque