Antônio de Marta era mais conhecido com Antônio Marradeiro. Este apelido certamente estava relacionado ao costume que tinha de dar "marradas" como um bode, ou seja, dar cabeçadas, o que fazia periodicamente, acertando paredes e outros obstáculos de igual resistência. Também cultivava o hábito de morder a mão logo acima do polegar. Comportamentos estes que lhe garantiram pelo menos umas calosidades nas partes do corpo mais atingidas.
Mania por caminhões, no entanto, parecia ser o que mais o mobilizava, e com frequência subia em um deles e saia por aí.
Apesar do comportamento, era pacífico, registrando-se apenas um incidente relevante, quando quase arranca com uma mordida um pedaço da perna de Nilton. Fora isso, não fazia mal a ninguém.
Ao contrário, era prestativo. Seu Osório mesmo, sempre o mandava abastecer a sua casa e a casa de Osmar com água da Lagoa de Isidoro. Assim, ele pegava Beijafulô, como chamava o jumento que servia para esses afazeres, punha a cangalha, e ali pendurava os carotes para encher d'água. Certo dia, ele já voltava do caldeirão quando passou um caminhão. Pois Antonio Marradeiro largou no meio do caminho: jegue, cangalha, carote, água, tudo enfim, pra subir na carroceria e pegar a estrada.
O resultado é que sobrou pros meninos, e a partir de então, era João Pedro, Benito e Rui os encarregados do serviço de abastecimento d'água.
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