Tudo igual

Não é de agora essa história de que os Vasconcelos têm olho puxado. Em 42, eu com vinte anos de idade, fui fazer um curso de vacinador em Jequié.
Foi o governo de Landulfo Alves que criou o cargo de Vacinador Municipal. O padrinho Marcolino - Marcolino Risério de Moura, era prefeito de Brumado e achou de me ajudar, mandando eu fazer o curso.
Só faltava resolver como ia viajar.
Foi aí que Seu Armindo Azevedo, que tinha uma fazenda lá pro lado de Ribeirão do Salto, disse pra pai: "Não, eu estou indo pra lá e levo ele até Conquista, e lá ele providencia como viajar até Jequié". Assim foi feito.
O certo é que cheguei em Conquista e fui procurar um caminhão pra poder seguir viagem, porque não tinha outro meio de transporte. Naquele tempo não tinha Rio-Bahia, e a estrada que passava por Boa Nova e Poções era quase carroçável.
Era época da Segunda Guerra e lá em Jequié arrebentaram um hotel só porque tinha o nome de Hotel Roma. Uma confusão danada.
Peguei o caminhão e já na estrada, quando, numa barreira policial, não queriam deixar eu passar porque eu era oriental. O que me salvou é que eu estava levando os documentos pra fazer o curso de vacinador, e mostrei que não era japonês, senão, nem sei o que poderia acontecer.
É o que deu ter o olho puxado.

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